Crédito consolidado: juntar os créditos para pagar menos

Se tiver demasiadas prestações de créditos à pagar, que sejam créditos habitação, créditos pessoais ou qualquer outro tipo de divida à pagar mensalmente, existe uma solução que o pode ajudar. Chama-se crédito consolidado, e permite juntar todos os seus créditos num só.

Consolidar créditos
Juntar os créditos para pagar menos por mês

Sumário

  1. Já não consigo pagar os meus créditos
  2. Baixar as mensalidades dos meus créditos
  3. Como fazer um crédito consolidado?
  4. Crédito consolidado: hipoteca ou não?
  5. Tenho um crédito habitação a 50 anos, posso fazer um crédito consolidado?

Já não consigo pagar os meus créditos

O crédito consolidado permite juntar todos os seus créditos num só. Este tipo de produto financeiro é recente em Portugal, mas o reagrupamento de créditos, ou reestruturação de créditos, já fez as suas provas noutros países europeus, e ajudou muitas famílias a fazer face ao sobreendividamento.

Baixar as mensalidades dos meus créditos

Para poder baixar as mensalidades, e ficar assim a pagar menos todos os meses, os organismos financeiros permitem fazer consolidações de crédito. Um crédito consolidado consiste em juntar os diferentes créditos que tiver num só. Alargando o prazo de reembolso, fica a pagar uma prestação menor, mas, claro está, vai ter que pagar mais juros no final. Este tipo de produto financeiro é muito interessante para o organismo financeiro, já que obtêm perspectivas de lucros maiores à longo prazo. Infelizmente, a banca tradicional ainda não apostou neste tipo de serviço, o que leva a uma concorrência diminuta em Portugal no que diz respeito ao crédito consolidado.

Uma coisa é preciso ter em conta: só deverá consolidar os seus créditos se não poder fazer mesmo de outra forma! Não há dúvida que é verdade que fica a pagar menos todos os meses, mas isso interessa pouco se vai ter que pagar menos durante muito mais tempo. Será sempre preferível fazer um esforço suplementar e reembolsar os seus créditos pessoais a curto termo do que juntar esses créditos ao seu crédito habitação. Fica mais uma vez o aviso: crédito consolidado, só em caso de necessidade absoluta! Não escute o disparate que podem dizer acerca da poupança: não se deve fazer um reagrupamento de créditos para se poder constituir uma poupança, mais vale reembolsar os créditos. A poupança serve para prever momentos difíceis da vida, mas nesse momento, se tiver a má sorte disso acontecer, poderá sempre fazer o crédito consolidado, o que o vai dar mais fôlego para fazer frente às dificuldades novas que surgiram. Não se deve fazer um crédito consolidado se não estiver endividado mais do que 35% dos seus rendimentos. Para além desse patamar, já se pode pensar nisso.

Como fazer um crédito consolidado?

Antes de mais, depois de ter estabelecido que não pode fazer de outra maneira do que passar por reagrupar os seus créditos, talvez seja interessante jogar umas últimas cartadas. Primeiro, já pensou se não podia renegociar o seu crédito com o organismo que o fez? Muitas vezes, é possível renegociar um crédito pessoal ou até mesmo um crédito à habitação falando directamente e abertamente com a entidade financeira.

Essa solução será mais económica muitas das vezes do que passar por um crédito consolidado, não terá que passar a pagar durante muitos mais anos o crédito do carro, já que não o vai associar ao crédito da casa! Se ainda assim, você não consegue fazer frente às suas despesas mensais, por recusa do banco ou do organismo financeiro em alargar o prazo de reembolso, pode sempre pedir um empréstimo pessoal ao seu banco. Com esse empréstimo, vai reembolsar todos os seus créditos pessoais, e passará a pagar uma só mensalidade durante mais tempo.

Este tipo de empréstimo não é o mais fácil de se obter. Quando se chega ao ponto de ter que passar por um crédito consolidado, é que já não temos muitas garantias em que podemos reembolsar o empréstimo, e a banca pode recusar em conceder-lhe esse novo crédito pessoal. Para mais, existe custos que deve ter em conta, sem falar do facto de ter que ir ter com todos os seus credores um por um para saldar a dívida.

Posto isto, pode pedir então ao seu banco um crédito consolidado. Muitos bancos ainda não o praticam, mas os que o fazem conseguem ter um tarifário vantajoso e juros melhores do que os organismos financeiros.

Primeiro vai à sua banca, se o spread (margem de lucro da banca, que varia consoante o risco que você apresenta) proposto não lhe convir, faça jogar a concorrência. Faça portanto pedidos a vários bancos, para ver o que eles têm a propor. Pode ser que tenha boas surpresas. O elemento chave de comparação entre as diferentes propostas é o TAEG (taxa efectiva global). Quanto mais baixo o TAEG, melhor, ele representa o custo total para o consumidor, e com a banca, não é preciso ter amor à camisola: vai-se ao mais barato, desde que os custos de transferência do seu banco actual para o novo banco não excedam os ganhos que poderia obter com esse novo crédito consolidado.

Se nenhum banco lhe propor uma solução que o satisfaça, poderá recorrer aos organismos de crédito. Existem alguns organismos financeiros portugueses na Internet que permitem fazer simulações.

Simulação de crédito consolidado

Utilizar um simulador online de consolidação de créditos permite em poucos segundos saber o que se poderá obter com um reagrupamento de créditos. Claro está, esta simulação não dispensa de um encontro com um conselheiro com o qual poderá negociar o seu novo crédito. Existem vários simuladores de crédito, mas pouco podem mesmo pretender a esse nome.

A maioria dos simuladores não passam de formulários onde preenche os seus dados pessoais, para ser contactado mais tarde por um conselheiro. De qualquer forma, para os que funcionam, é uma boa maneira de se saber com que linhas se cosem o seu futuro crédito consolidado. Muitos dos simuladores que se encontra na Internet são instrumentos de marketing que eu acho demasiado agressivo, dando falsas ideias aos consumidores. Falam em poupança, por exemplo. Dão a falsa ideia de que se fizer um crédito consolidado, vai poupar dinheiro, quando isso é totalmente falso : você vai no final pagar mais do que se não tivesse contraído um crédito consolidado! Mas a ideia de pagar todos os meses uma quantia de dinheiro menor pode dar essa falsa impressão, com a qual os organismos jogam para fazer publicidade. Você também já está avisado ;)

Crédito consolidado: hipoteca ou não?

Fazer um crédito consolidado juntando os seus créditos pessoais (com um crédito multiopções) ao seu crédito da casa permite obter taxas de juro mais baixas do que se juntar unicamente os seus créditos pessoais. A garantia que proporciona a hipoteca permite aos bancos de propor soluções mais vantajosas para os seus clientes, mas lembre-se, está a utilizar a sua casa como garantia. Fazer um crédito consolidado com hipoteca, será mais vantajoso se o fizer no banco onde fez o seu crédito habitação, já que transferir o seu crédito habitação para um novo banco traz custos: isso é um cálculo que se faz.

Você pode assim baixar as suas prestações de 50% ou mais, com o crédito consolidado. Se pagava 1000 euros por mês para reembolsar todas as suas dívidas, fica a pagar só 500 euros por exemplo. Mas em vês de pagar em 15 anos, se calhar vai pagar em 40!

Sem a hipoteca, sem o crédito hipotecário, emprestar-lhe dinheiro é mais arriscado, e não poderá obter condições tão vantajosas: a redução da mensalidade não irá muito para além dos 20%, para não alargar demasiado o prazo do reembolso. Já se sabe, quanto mais tempo demorar à reembolsar, quanto mais está exposto ao risco de que alguma coisa corre mal e que fique em incidente de pagamento dos seus créditos, o que os bancos querem, como é óbvio, evitar a todo o custo.

Tenho um crédito habitação a 50 anos, posso fazer um crédito consolidado?

Para um crédito tão longo, que corresponde à uma vida, não poderá obter um crédito consolidado que dure ainda mais tempo. Mas poderá juntar outros créditos pessoais a esse crédito da casa. Alargando o prazo de reembolso dos seus créditos a curto prazo para 50 anos, pode fazer cair as suas mensalidades de uma forma dramática, mas lembre-se: será que vale mesmo a pena reembolsar o crédito automóvel durante 50 anos?

Redação :